Foi na parada virtual da Turnê Sallve no Sergipe que conhecemos a Carolina Aragão, quando ela falou sobre ansiedade, que virou uma nossa habitual companheira nesse período de pandemia. Ela falou ainda sobre a importância da constância para se seguir uma rotina de beleza e sobre como não acabar acumulando produtos de ficam parados na bancada sem uso. Afinal, é bem fácil comprar mais do que efetivamente precisamos e depois bate a indecisão de como inserir tudo na rotina evitando vários passos diários. Mas tem solução, viu?
A Carol contou: "depois da Turnê Sallve eu fiquei bem mais motivada e já voltei a usar os meus produtos com mais frequência. O próximo passo é não comprar mais e fazer um planner para organizar minha rotina".
Vamos falar sobre transtornos alimentares?
A Carol é nutricionista e no seu perfil no Instagram ela ensina receitas deliciosas mas fala também sobre transtornos alimentares. É um assunto muito delicado mas que não podemos ignorar. Quem sofre de transtornos alimentares precisa de ajuda psicológica.
A nutricionista reuniu em uma publicação alguns filmes que tratam sobre os transtornos, "para vocês assistirem e refletirem sobre a relação do ser humano com seu próprio corpo e com a comida. Ás vezes o alimento supre uma fome além da fisiológica, a fome emocional". E juntou mais uma indicação para o blog da Sallve. Na lista da Carol:
- "Preciosa", de Lee Daniels, 2009, com Gabourey Sidibe como protagonista. É um drama sobre abuso sexual, físico e mental, e sobre obesidade. "Fica a reflexão de como o meio interfere nos nossos hábitos", aponta a Carol.
- "O Mínimo Para Viver", Marti Noxon, 2017, com Lily Collins. É um drama sobre a anorexia. "Mas o filme traz outros transtornos como a bulimia purgativa, compulsão alimentar e como são as atitudes de compensar o simples fato de comer", comenta a nutricionista.
- "My Mad Fat Diary", 2013, série com Sharon Rooney. A série britânica que rodou de 2013 a 2015 é sobre a vida de uma garota de 16 anos, com transtornos alimentares e que está em busca do amor. "Essa série me representou completamente, me acolheu. É aquela questão da insegurança: 'poxa, será que alguém gosta de mim, do jeito que eu sou?'. Por mais que as vezes a gente demonstre estar segura do nosso corpo, se envolver com alguém é sair da nossa zona de conforto, é tirar a nossa armadura e estar aberto para o outro.
- "Dumplin", Anne Fletxer, 2017, com Danielle MacDonald e Jennifer Aniston. "A personagem é gorda, é segura de si, porém tem a dificuldade de se permitir de ser amada. A mãe dela é ex-Miss e ela decide que vai concorrer a Miss também, maravilhosa do jeito dela. O filme traz questões resolvidas internamente, não por causa de outra pessoa.
- "Pequena Miss Sunshine", Valerie Faris e Jonathan Dayton, 2006, com Abigail Breslin. "Eu aprendi muito com esse filme. Aprendi que nascemos para brilhar mas a sociedade parece que sempre tenta diminuir esse brilho. Eu fui uma criança gordinha, participei de um desfile como a personagem do filme e lembro que na época eu estava nervosa mas confiante, eu estava segura e me sentindo linda. Fui crescendo e vendo as fotos desse desfile e comecei a fazer piada de mim mesma. "Meu deus, porque ninguém me avisou?" "Nossa como eu era ridícula"… Agora na fase adulta, eu percebo o quanto a Carol adolescente foi injusta e como a Carol criança foi maravilhosa e inocente, essa inocência permitiu que ela brilhasse. É isso, a gente nasce pra ser feliz mas no meio do caminho temos que lidar com críticas e padrões e as vezes nos deixamos levar".
E o blog inclui mais uma sugestão:
- "The Crown", quarta temporada, Netflix, 2020. O terceiro episódio da temporada inicia com uma advertência de cenas fortes e a partir dali entra em evidencia a bulimia da Princesa Diana, interpretada por Emma Corrin. O que a série mostra são as vozes de corredores sobre o seu problema, além da sua solidão. Mas Diana falou sobre o seu disturbo publicamente, para poder ajudar tantas outras pessoas. Em uma entrevista no programa Panorama do jornalista Martin Bashir, na BBC, em 1995, Lady Di se abriu e declarou: "A autoestima está baixa e você se sente sem valor. Você enche o estômago quatro ou cinco vezes por dia, talvez mais, e isso te conforta. Mas é só temporário. Depois, você sente nojo do seu estômago e põe para fora. É repetitivo e destrutivo".
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É importante falar sobre os transtornos
Essa troca de informações, de filmes, de apoio e de profissionais a quem precisa de ajuda, são essenciais. Até mesmo pra que, quem sofre de transtornos alimentares consiga entender o que o esta acontecendo. "Ótimo tocar nesse assunto porque é algo que foi muito presente na minha adolescência mas eu não tinha ideia que se tratava de transtornos alimentares. Hoje, as informações estão sendo mais disseminadas e quanto mais a gente fala sobre, mais pessoas têm a oportunidade de aprender e de entender que algumas atitudes são nocivas e assim podem procurar ajuda", aponta a Carol.
"Os métodos purgativos (induzir o vômito, uso de laxantes ou diuréticos), por exemplo, para quem está vivendo aquilo é visto como algo normal, faz parte da rotina da pessoa, é difícil encarar como doença assim como é difícil para o nutricionista ou psicólogo mostrar que não é normal, que é prejudicial à saúde e que é algo multifatorial. Como profissional eu tenho que entender e ouvir o que leva o meu paciente a isso, quais inseguranças, o ciclo familiar e as amizades, absolutamente tudo pode e deve ser levado em consideração. Jamais julgar. O que eu quero dizer é que são doenças que podem ser tratadas, mas com calma, sem pressão, sem restrição por parte da nutrição, é entender as necessidades e os medos do paciente e respeitar", conclui a nutricionista.
Se você ficou em dúvida se sofre de um transtorno alimentar, procure uma consulta com um nutricionista ou psicólogo. É importante buscar por um profissional para viver bem e com saúde, combinado?