Ele está nos remédios, nos cosméticos e em larga escala nos produtos para os cabelos. De uns tempos pra cá, o petrolato virou um vilão daqueles e passou a ser rechaçado por dermatologistas, cosmetólogos e amantes do universo da beleza. Você pode até achar que nunca nem viu ou ouviu sobre a substância por aí, mas talvez seus outros nomes te chamem atenção: óleo mineral, parafina líquida e vaselina. Portanto, atenção redobrada.
Mas, afinal, o que é o petrolato?
“É um dos derivados do petróleo cru, que, após a desparafinação (retirada da parafina) de óleos pesados, transforma-se em uma substância gelatinosa incolor ou amarelada. É usado em remédios, cosméticos e produtos para cabelos, graças ao seu baixo custo”, explica Isabel Luiza Piatti, especialista em Cosmetologia e membro da ABEC (Academia Brasileira de Estética Científica).
O petrolato forma um filme que repele a água na área em que foi aplicado, criando uma barreira contra a evaporação da umidade natural da pele e também contra microorganismos que possam causar infecções. Ou seja, ele não promove hidratação de fato, ele cria uma barreira que evita a perda da umidade.
Por que se preocupar?
Crédito: Giphy
Durante muitos anos o óleo mineral foi suspeito de causar acne e bloquear a saída de toxinas da pele. A boa notícia é que estudos recentes dizem o contrário, que ele não obstrui os poros e tem baixo índice comedogênico.
Por outro lado, o Madesafe, um selo de produtos não-tóxicos americano (que a gente adora), inclui os petrolatos na sua lista de "proibidos". Os motivos são que os petrolatos podem ser contaminados durante o seu processo de refinamento por Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAPs) que são suspeitos de câncer pelo IARC (International Agency for Research on Cancer).
Ou seja, quando refinado de maneira correta, o petrolato não tem problemas de segurança. A União Européia já está na frente e exige que os fabricantes de cosméticos provem que o processo de refinamento do petrolato usado em seus produtos é não-carcinogênico. Os Estados Unidos e o Brasil ainda não tem nenhuma legislação sobre isso.
Mas.... Tem um outro lado não tão bacana do petrolato é que ele pode ser altamente tóxico e alergênico para quem trabalha com a exploração do produto e também há um grande impacto para o meio ambiente, por ser de exploração mineral.
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No final, é melhor usar ou não usar?
A campanha SafeCosmetics.org dá uma dica bacana: evite produtos com petrolatos, a menos que a empresa indique na embalagem ou no seu site que o petrolato seja refinado como "white petrolatum" (ou seja, seguro).
Para quem tem dúvidas, uma boa alternativa é dar espaço aos cosméticos que usam óleos vegetais, por exemplo, que são extraídos de plantas oleaginosas. Eles podem ter efeitos terapêuticos, hidratam e são ricos em ácidos graxos.
É sempre importante olhar o rótulo dos produtos. O Boticário, Granado, Dove, Eudora, Lola Cosmetics, The Body Shop, L’Occitane Au Brésil, Neutrogena, La Roche-Posey e Loréal, por exemplo, são marcas que possuem produtos sem petrolatos nas fórmulas. Porém, não custa conferir sempre que for comprar o produto, ok?
Aqui vai uma lista de nomes que podem aparecer no rótulo de seus produtos de beleza e nada mais são do que nosso velho amigo petrolato. Lembrando que os quatro primeiros são os mais comuns:
MINERAL OIL
PARAFFIN
PARAFFINUM LIQUIDUM
PETROLATUM
RED PETROLATUM
C10-11 ISOPARAFFIN
C13-14 ISOPARAFFIN
C13-16 ISOPARAFFIN
C15-35 ISOPARAFFIN/ISOALKYLCYCLOALKANES
C18-50 ISOPARAFFIN
C18-70 ISOPARAFFIN
C20-40 ISOPARAFFIN
CHLORINATED PARAFFIN
BETA-METHYL-CYCLODODECANEETHANOL
DIISOCETYL DODECANEDIOATE
DIOCTYLDODECYL DODECANEDIOATE
DODECANE
DODECANEDIOIC ACID
DODECANEDIOIC ACID/CETEARYL ALCOHOL/GLYCOL COPOLYMER
DODECANENITRILE
EPOXYCYCLODODECANE
ETHYLENE DODECANEDIOATE
ISODODECANE
METHOXYCYCLODODECANE
TETRAMETHYL-5-OXATRICYCLODODECANE
C7-8 ISOPARAFFIN
C8-9 ISOPARAFFIN
C9-13 ISOPARAFFIN
C9-14 ISOPARAFFIN
C9-16 ISOPARAFFIN
C10-13 ISOPARAFFIN
Você usa algum produto que contém petrolato? Costuma ler os rótulos dos produtos que usa? Conta para gente nos comentários 😘