Este mês lançamos o primeiro produto da Sallve para rugas, e o foco da campanha foi falar com pessoas de mais de 40/50 anos. Eu, por exemplo.
Pra mim é sempre engraçado quando falo da minha idade, porque me sinto meio desassociada. Meus amigos e amigas mais velhos do que eu me avisaram que o tempo passa de um jeito estranho mesmo. A gente se sente igual, mas por fora as coisas vão mudando e o número da idade vai subindo rapidamente. E as coisas não se encaixam.
Nunca tentei pensar ou me encaixar num comportamento adequado pra as diversas idades pelas quais passei, e continuo gostando de ser meio boba e pateta e também muito adulta, mas meio infantil e sem uma pose cristalizada do que os anos me trouxeram.
De vez em quando me pego pensando se era assim que meus pais se sentiam. Eles se foram antes de eu ter essa curiosidade, e hoje queria muito saber se eles também se sentiam jovens num corpo que envelhece - e não de maneira negativa, mas de um jeito meio engraçado e peculiar que me faz rir várias vezes ao dia.
A gente ouve muito falar do conforto consigo mesmo conforme os anos vão passando, e pra mim isso é verdade absoluta. A certeza de quem a gente é de verdade, e que só vem com o tempo mesmo, é a melhor parte.
Os anos de pandemia também criaram um isolamento que acabou por me libertar ainda mais do que seria esperado pra minha idade. E a vida vai provando que as coisas não têm hora pra acontecer. A Sallve, por exemplo, eu fundei com meus sócios caminhando pros meus 47 anos. É muita sorte viver num tempo sem roupa, cabelo, comportamento ou trabalho adequado pra alguém da minha idade (rindo enquanto escrevo essa frase).
Pra mim são muitas vidas numa só. Mas é a minha vida , né?