Sabe aquela música que não sai das threads no Tik Tok e grudou na sua cabeça? Pois é, ela pode ser um funk que nasceu nas periferias do Brasil
Complete a frase: "desenrola, bate e joga...", acertou o próximo verso, né? Mais uma vez, agora com essa: "tubarão, te amo. Falcão...", e você olha só: você acertou novamente. Cada um desses trechos pertence aos funks que bombaram no Tik Tok e em outras redes sociais. Tem mais um elemento que une as duas canções: o funk, o ritmo tradicionalmente periférico que invadiu as telas dos smartphones e tablets.
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Mas, antes, uma viagem no tempo rápida: o funk chegou no Brasil em meados dos anos 70, após uma forte influência do estilo musical americano que já bombava em todas as paradas desde a década de 50. O ritmo ganhou mais corpo nos anos 80, quando um músico de nome Fernando Lúis Mattos da Matta começou a trazer mais brasilidade para o gênero. A mistura deu super certo e Fernando passou a se chamar Dj Marlboro, praticamente conhecido hoje em dia como um dos "pais" do funk brasileiro.
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Saindo daquela época e chegando aos tempos de hoje, o funk brasileiro no Tik Tok manteve a sua principal característica: a criatividade. Lembra do primeiro verso do desafio que fizemos no início desse texto? Ele pertence à música "Desenrola, bate, joga de ladin", funk viralizou no Tik Tok, com uma tag que foi mencionada 207 milhões de vezes. A canção foi assinada pelo grupo de funk Os Hawaianos (sucesso absoluto na década de 90) em parceria com o Dj Biel da CDD, Biel do Furduncinho e o rapper L7NNON se tornou sensação a ponto de virar comemoração em campos de futebol no mundo todo, ser reproduzida em outros ritmos e dançada por famosos de todo o país. Além da música, os artistas que criaram o sucesso, compartilham outra característica: todos nasceram em periferias localizadas no Rio de Janeiro.
Por falar em L7NNON (conhecido como L7), temos outra música que bombou nas redes sociais: a canção"Ai Preto" que virou moda no Tik Tok é assinada pelo artista e parceria com o DJ Biel do Furduncinho e a cantora Bianca. A música chegou a ser cantada em festivais no Brasil por artistas internacionais como Jason Derulo e Camila Cabelo e não para por aí: o clipe de "Aí Preto" fez quase 130 milhões de views no Youtube.
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A música de periferia no cenário internacional
O poder dos "ritmos de quebrada" também acontecem fora do Brasil. A canção "Under the Influence" é um exemplo disso. Composta pelo rapper Chris Brown no ano de 2019 para o álbum "Indigo", a música se tornou um grande viral nas trends do Tik Tok, a ponto do cantor fazer um clipe especial para ela em 2022. A música pertence ao gênero americano"R&nB", visto como um ritmo que periférico por nascer nos guetos estadunidenses.
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O Brasil também faz sucesso no mercado gringo com os seus hits. A música "Tubarão, Te Amo"(o segundo verso que abriu o nosso texto) ocupou a terceira posição das canções mais virais do mundo pelo Spotify. A canção de autoria do Dj Lk da Escócia, com o Mc Ryan Sp, Mc Daniel, Mc Jhenny e Mc RF somou mais de meio milhão de vídeos no Tik Tok e mais de 30 milhões de acesso no Spotify. Curiosidade: o hit ganhou na disputa com outros nomes internacionais de sucesso como o rapper Drake e a diva do pop Lady Gaga.
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É inegável o poder do funk no Tik Tok Brasil e no mundo. Porém, o mais legal, é saber que essas músicas nascem as comunidades e periferias do nosso país. É a música viva e pulsante que sai das favelas e ganha o coração de todo mundo, inclusive o meu.
