Danilo Polidoro é engenheiro mecatrônico, completamente apaixonado por empreendedorismo, tecnologia, moda e beleza. E, além de tudo isso, ele é responsável pela área de dados da Sallve – mais uma de suas paixões, que também incluem as aulas de circo (“faço toda semana”) e o estudo de francês e cultura francesa (“principalmente quanto à indústria de moda e beleza”).
O Danilo tem inovação quase como seu sobrenome e acredita de verdade que “mentes diversas trabalhando juntas levam a humanidade adiante”. Bacana, né? “Acredito que a melhor forma de me conhecer é por meus valores. Sou ambicioso. Quero mudar o mundo, e levo isso muito a sério”, conta.
“Qualidade é primordial: sempre busco o excelente. Tudo que faço é da melhor qualidade possível. Tenho inovação no meu core. Busco criar algo novo, fazer a diferença. Acredito que diversidade faz do mundo um lugar melhor”, aponta ainda.
Um dos maiores passatempos do Danilo é justamente aprender coisas novas, principalmente, quando o assunto é tecnologia. “Minha grande causa é a tecnologia como forma de mudar o mundo para melhor. Um dos meus primeiros projetos foi uma startup educacional — eu queria levar o acesso à educação de uma forma interativa, fugir do tradicional pdf + vídeo. O acesso à informação e conhecimento e o empoderamento digital são valores muito fortes para mim”, explica Danilo, que é early adopter de apps e serviços disruptivos no mercado.
Conheça mais sobre o Danilo Polidoro e corre para anotar essas dicas preciosas para quem quer tornar a área de dados uma protagonista na sua empresa:
O que você faz na Sallve?
Sou responsável pela área de dados aqui na Sallve. A área de beleza ainda é pouco impactada pela disrupção tecnológica, porém na Sallve somos protagonistas nessa inovação digital. No meu dia a dia, meu objetivo é levar o estado da arte em tecnologia para a área de beleza e cosméticos, é revolucionar esse mercado através de dados.
Por exemplo, um grande pilar da Sallve é a comunidade, e a co-criação com essa comunidade é de máxima importância para nós. Durante todos os nossos processos, perguntamos e escutamos a comunidade, e hoje, tendo crescido tanto, escutar a comunidade é um grande desafio de dados. Por trás de cada análise, fluxo, arquitetura e inteligência de dados, o que realmente queremos é saber do que nossa comunidade precisa. E esse processo é antes, durante e depois da criação de cada um dos nossos produtos. Um dos meus trabalhos aqui é ajudar nesse processo, seja viabilizando os dados em arquitetura, seja auxiliando o entendimento ao gerar visualizações, seja criando inteligência de dados, ou seja, abrindo possibilidades com novos projetos.
Como chegou por aqui?
Não tem como falar da minha história com a Sallve sem falar da minha história com o empreendedorismo. Essa história começa lá atrás, quando eu, uma criança curiosa que desmontava os eletrodomésticos para descobrir como funcionavam, decidi que queria estudar tecnologia e entender tudo aquilo. Tinha uma vontade muito grande também de montar algo próprio — uma sementinha do que seria minha jornada de empreendedorismo.
Mas foi na universidade que esse mundo se abriu para mim. Com uma grande vontade de impactar o mundo, comecei uma startup educacional. Essa startup me conectou ao Núcleo de Empreendedorismo da Universidade de São Paulo, do qual me tornei um dos gestores e que me levou a conhecer grandes inspirações: pessoas que, um dia estudantes como eu, criaram organizações de impacto social e tecnológico que transformaram mercados. Estava decidido: meu chamado de vida seria empreender.
Daí em diante, tudo que fiz foi nesse caminho. Participei de várias competições, recebi e ofereci mentorias, estudei um monte de metodologias, criei projetos, eventos, participei de iniciativas, etc etc. Fast forward para 2019. Eu havia acabado de voltar do Vale do Silício, por conta de uma competição de que participei representando a minha universidade, e decidi de vez começar o grande projeto. Estava na hora de colocar tudo que eu aprendi em prática e fazer a tão sonhada diferença no mundo. Eu sempre amei tecnologia, mas também sempre amei moda e beleza. Teria como juntar esses meios?
Eu brinco que eu estava à procura de uma Sallve e a Sallve estava à procura de mim! Foi nesse começo de ano em que, através de network da universidade, conheci a Sallve. Estavam bem no comecinho e eles precisavam de alguém para começar a área dados. Foi o casamento perfeito!
E finalmente chegamos na Sallve! Entrei antes de lançarmos nosso primeiro produto, enquanto o time ainda cabia em uma pequena sala!
Como uma startup no seu comecinho, tudo era novo e tudo precisava ser criado. E esse foi meu desafio: como criar a área de dados em uma DNVB (Digitally Native Vertical Brand) que vai revolucionar o mercado de beleza?
Como foi criar a área de dados em uma nativa digital? Quais os desafios até agora?
O grande desafio é que o paradigma de dados ainda é muito novo. Se você voltar dez anos, não existia quase nada do que implementamos hoje. Então, criar essa área é um exercício de constante aprendizado. É possível que a melhor solução para algum desafio nosso tenha surgido no último ano! Ou, ainda, que essa solução não exista e que nós tenhamos que criar aqui dentro. Já aconteceram as duas situações!
Estamos em um momento singular em que atuar em dados é ser vanguarda no desenvolvimento e implementação do estado da arte, principalmente na indústria da beleza. Fazer parte disso é muito desafiador e muito entusiasmante.
Por que você acha que a área de beleza ainda é pouco impactada pela área de dados?
O mercado da beleza é um mercado bem tradicional em que os grandes nomes surgiram muito antes de existir o conceito de big data. Na verdade, quase todas entre as maiores empresas do mercado surgiram antes de sequer existir o computador pessoal! Já o paradigma de dados como o conhecemos em 2020 existe há pouco menos de dez anos.
Vemos então duas situações: de um lado, esses grandes nomes que dominam o mercado tentando se adaptar a essa nova realidade, o que é um processo de reconstrução enorme. De outro lado, empresas novas surgindo já dentro dessa realidade. As DNVBs são esse segundo caso.
Citando apenas um exemplo, ter um e-commerce centralizado nos permite saber quem está comprando o quê e quando, enquanto uma empresa tradicional que vende em farmácias não possui esse dado. Como essa empresa tradicional faz então para ingressar no novo paradigma de dados?
A Sallve tem esse pilar da comunidade. Isso é um desafio, mas também é um facilitador para sua área?
É um enorme facilitador! Existe um primeiro desafio antes de todos os que discutimos aqui, que é o de obter os dados. Nós resolvemos esse desafio na própria criação da Sallve: nós ouvimos a comunidade. E nossa comunidade é incrível! Sempre que nos voltamos à ela para conversar e aprender, nos surpreendemos com quanta gente aparece para conversar conosco.
Que dica você daria para uma empresa que quer melhorar sua área de dados e torna-la também protagonista?
Eu daria cinco dicas importantes:
- Cultura: dados precisam fazer parte da cultura da empresa. Todas as decisões e estratégias precisam ser baseadas em dados, e a equipe deve ter a liberdade e a curiosidade de fazer perguntas e obter respostas usando esses dados.
- Capacitação: como forma de implementar cultura de dados, capacite toda a equipe para trabalhar com e tirar informações de dados.
- Monte uma equipe que seja focada em dados. Como citei anteriormente, trabalhar com dados é desenvolver e implementar o estado da arte, então você vai precisar de mentes incríveis que lidem com isso e construam essa estrutura.
- Inovação: como tudo em dados ainda é muito novo, inovação precisa ser um core da empresa. Não espere implementar soluções prontas, espere inovar ajudando a criar essas soluções.
- Colete dados! Esse geralmente é o grande déficit em empresas que vão começar a criar sua área de dados. Uma dica muito importante nesse ponto é fazer isso com ética e respeito à privacidade dos seus consumidores.