Comfort food na quarentena: funciona como um abraço

Você tem um prato de comfort food nessa quarentena? Reparou se as tuas escolhas alimentares neste período são relacionadas a memórias afetivas?

A alimentação saudável é a base para vivermos bem e isso não é novidade para ninguém aqui, não é mesmo? Com uma dieta equilibrada temos mais disposição e mais saúde - esse bem estar se reflete inclusive na nossa pele. A indicação da Organização Mundial de Saúde, a OMS, é a de seguir uma dieta composta de cinco porções de frutas e verduras ao dia. E até no período de quarentena não é complicado seguir essa máxima. 

Comfort food

Ao mesmo tempo, quando falamos de quarentena, vem imediatamente uma vontade de proximidade, de carinho, de conforto. E não é por acaso que existe uma "categoria" especificamente para as comidas que nos proporcionam esse afeto. Do inglês comfort food, em português a chamamos de comida afetiva. Por que "afetiva", você pode se perguntar? A resposta é simples: são pratos que nos proporcionam alívio emocional, nos fazem bem em situações de fragilidade, bem como essa crise que o mundo todo está enfrentando.

A comida afetiva é a que nos traz à tona a memória afetiva relacionada a um prato. É aquele carinho da comida caseira, das lembranças da casa da avó, do bolo de mãe, de tudo que te ofereça proteção e recordações boas. É o que Nina Horta chamava de "comida alma" em seu livro "Não é sopa: crônicas e receitas de comida". 

"Comida da alma é aquela que consola, que escorre garganta abaixo quase sem precisar ser mastigada, na hora da dor, de depressão, de tristeza pequena. Não é, com certeza, um leitão à pururuca, nem um menu nouvelle seguido à risca. Dá segurança, enche o estômago, conforta a alma, lembra a infância e o costume".

Pablo Merchan Montes / Unsplash

Comfort food é um termo que nasceu na década de 1970 e que virou objeto de estudo de muitos psicólogos. Tanto que foi subdividido em quatro categorias.

"Comfort foods são comidas cujo consumo evoca um estado de conforto psicológico e de prazer para a pessoa", explica o estudo de psicologia de  Wansink, Cheney e Chan (de 2003).

Comidas nostálgicas

Para quem mora fora do Brasil, é nessas horas que bate aquela saudade dilacerante de um belo prato de feijoada, de um churrasco ou uma cesta de pão de queijo. O ato de preparar o arroz e o feijão (e de comer, claro), faz com que quem está em outro país, por exemplo, se sinta reconectado com as suas raízes. 

Comidas de indulgência

Aqui entra o junk food: é quando você se joga pra valer no hambuguer + fritas + milkshake + tortinha + sorvete, até não aguentar mais. Não é simplesmente comer um hamburguer (que vamos combinar, não tem nada de errado), mas é comer até sentir o fôlego ficar curto, e a recompensa é o prazer no momento de tristeza.

Comidas de conveniência

Algumas estudos demonstram que quem busca a comida de conveniência é, geralmente, quem cresceu em uma família / casa onde não se preparava a comida caseira. Tudo é industrializado e tudo preza pela praticidade. É encontrar conforto na lasanha congelada ou o suco de caixinha.

Comidas de conforto físico

São os alimentos e bebidas que te oferecem o prazer físico: o álcool, um enorme pote de sorvete, ou outros alimentos com muito açúcar. São os que obtém uma resposta rápida do cérebro, como o café ou outros energéticos. 

 

Qual é a tua receita de comida afetiva? Quer dividir com a gente? Pode funcionar como um grande abraço do lá de cá também ;) 

#cuidesecuide

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