As atuais tendências de maquiagem inspiradas no skincare

Um boom de novas bases bem levinhas vem dominando a indústria de cosméticos, diretamente influenciada pela febre do skincare. Mas o que isso quer dizer?

Foto: Oladimeji Odunsi - UnsplashFoto: Oladimeji Odunsi - Unsplash

É quase inevitável falar de beleza e skincare sem falar de maquiagem. Ora, nosso primeiro post no blog foi justamente sobre as duas coisas e como nós nos relacionamos com elas.

Atualmente, todo mundo está vendo e surfando na onda do boom do skincare. O mercado deve alcançar a marca de US$ 12.8 bilhões até 2020.
Depois das bases multifunções (que maquiam mas tratam ao mesmo tempo) se tornarem comuns nas prateleiras, as marcas vem firmando uma nova tendência que é intimamente ligada a esta revolução da pele que estamos vivendo: a de bases bem levinhas. Tem a base que é 75% água com partículas de pigmentos, a base bem fininha que promete viço absoluto por 16 horas... 

Para quem é aficcionado por este universo, tem sido muito interessante ver uma tendência de maquiagem sendo diretamente influenciada pela movimentação da indústria do skincare e a nossa relação com a nossa pele ecoar diretamente os produtos que as marcas de maquiagem vem lançando. A gente tem cuidado tanto da nossa pele que vem se sentindo uma vontade maior de se maquiar sem precisar de tanta cobertura. Nossa Ruiva Julia Petit já vinha analisando esse fenômeno nos tempos de Petiscos, quando começou a notar gente como Beyoncé usando uma pele mais levinha e natural em suas fotos de divulgação nas redes sociais.

Mas isso nada tem a ver com uma maquiagem menos emocionante, artística ou animada: "As personagens da série "Euphoria" provam isso. Todas usam maquiagens incríveis, olhos super coloridos, até com cristais, mas a pele sempre mais leve", diz Julia.

Para ela, porém, a armadilha de imediatamente pensar que essa tendência entre as bases é um sinal de que ninguém mais quer pele pesada ou mate é imediatista e deixa de lado um aspecto importante: maquiagem é estilo. "A pele pesada, com alta cobertura não é só vontade de esconder a pele, tem quem goste desse efeito, e isso é um estilo. Se você quiser fazer aquela pele bem coberta, você pode. Mas se você não quiser cobrir, agora tem um leque enorme de opções também - e isso vem da nossa relação com o skincare. Acho até que muita gente aprendeu que pode fazer a pele mate que tanto gosta sem precisar de uma base pesada. Hoje há bases levinhas que deixam a pele mate sem tanta cobertura".

Ainda é muito cedo para dizer exatamente para onde vai caminhar essa tendência da maquiagem (até porque a curto prazo, ela visa o lucro, óbvio), mas tachá-la unicamente como um grito de liberdade contra esconder nossa pele é um papo que vai contra o que a gente tanto faz questão de defender: o direito de cada um ser o que quiser. 

Talvez o que estejamos todos começando a enxergar é que a base de alta cobertura, mais pesada, não é necessariamente uma máscara para esconder a nossa pele, é um gosto pessoal. Num momento em que a gente vem curtindo tanto mostrar nossa pele tão bem cuidada por rotinas deliciosas de skincare, nossa relação com a maquiagem muda também. Mas uma coisa não precisa excluir a outra, e sim complementar. Tudo depende de como você acorda.

Ver maquiagem como opressão é simplista: você tem toda liberdade de usar ou não, e também de usar para o resultado que você quer naquele dia. Quer cobrir? Cobre! Não quer cobrir? Não cobre! Maquiagem é vontade própria, como já disse Tássio Santos.

No momento, estamos de olho para ver onde isso tudo vai chegar. Mas não se perca no curto prazo: a conversa fica muito mais rica quando tudo está incluído!

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