Natural, orgânico, biodinâmico, cruelty-free, vegano: são tantos nomes, que é difícil não ficar confuso ou saber exatamente quais as diferenças entre eles no mercado cosmético. Por isso, estamos aqui para ajudar!
Não há uma regulamentação para definir e fiscalizar exatamente cada uma dessas classificações, ainda mais quando falamos de cosméticos. "Não existe uma lei que defina. O que temos são certificações, em que você certifica produto natural, orgânico, vegano, cruelty free. [Essa definição] fica muito na mão das certificadoras", explica Clara Amore, pesquisadora no time de Pesquisa e Desenvolvimento da Sallve.
+ Extração de origem animal? Conheça os ativos veganos da Sallve
A pesquisadora ainda alerta para a existência da ISO 16128, que dá definições para ingredientes e produtos cosméticos naturais e orgânicos. Lembrando que a ISO (International Organization for Standardization) normatiza e padroniza regras internacionalmente, mas não é uma legislação.
Dito isso, vamos te explicar as diferenças entre cada um deles e mostrar o que algumas certificadoras determinam. Todos prontos?
Cosméticos orgânicos
De uma forma bem geral, uma matéria-prima é orgânica quando foi cultivada sem a adição de insumos químicos, fertilizantes, agrotóxicos ou pesticidas. Há uma lei dos orgânicos no Brasil, mas não há uma regulamentação quanto a cosméticos.
+ A Sallve é vegana e cruelty-free?
Segundo a Ecocert, uma das principais certificadoras, um cosmético recebe o selo Cosmos Orgânico se pelo menos 95% das plantas que contém são orgânicas e pelo menos 20% dos ingredientes orgânicos estão presentes na fórmula total (10% para produtos enxaguáveis). Lembrando que: água ou minerais não são considerados orgânicos porque não são provenientes da agricultura.
Como saber se o cosmético é orgânico ou tem ingredientes orgânicos? Fique atento ao selo de Produto Orgânico Brasil e também ao selos de certificadoras, como Cosmos Organic, Natrue Organic.
+ Simbologia: reconheça cosméticos sem testes animais, veganos e bio
Cosméticos naturais
O artigo Diferenças entre cosméticos orgânicos e naturais dá a definição: “cosmético natural é um produto que deve apresentar ao menos um ingrediente ‘derivado de’ substância natural, extraído diretamente de uma planta, não produzido por síntese. Não existe ainda definição legal do teor mínimo de ingrediente derivado de substância natural para caracterizar o cosmético como natural.”
+ Extração sustentável: conheça mais sobre alguns ativos da Sallve
Há uma diferença entre ingrediente natural e derivado natural. O primeiro engloba substâncias de origem vegetal, inorgânica mineral (como argila) ou animal, que não sofreram transformações químicas.
“Elas podem passar por processos físicos, mas não podem ser transformadas quimicamente. Alguns processos físicos permitidos são: extração, percolação usando solventes e substratos naturais, alguns processos de purificação, como carvão ativado, ajuste de pH, etc”, aponta Clara Amore, pesquisadora da Sallve.
Já derivados naturais são matérias-primas de origem natural, mas que passam por determinados processos de transformação química ou biotecnológica. “Esse processo pode transformar totalmente ou parcialmente a matéria-prima. Para ela continuar se denominando derivado natural, o produto final, depois dessa transformação química ou biológica, tem que ter mais de 50% da composição de origem natural. Então, não pode ter sido totalmente transformada”, complementa.
+ Tipo de pele ou estado de pele? Entenda a diferença
E como sabemos se essa matéria-prima derivada natural tem mais de 50% da sua origem natural? Há um cálculo de peso molecular determinado pela ISO 16128.
Como dissemos, não há uma legislação que determine o que é um produto cosmético natural. Mas há selos de certificadoras que visam atestar que um cosmético é natural. Cada uma das empresas tem as suas exigências.
A Ecocert considera que um cosmético é natural se todos os ingredientes são de origem natural, exceto uma lista restritiva de ingredientes aprovados (incluindo conservantes) autorizados em pequenas quantidades. “Em média, a Ecocert certifica que os produtos contém 99% de ingredientes de origem natural”, diz o site da certificadora.
+ Quiz da Pele: você já descobriu do que sua pele precisa?
As porcentagens também variam de acordo com a empresa que certifica o cosmético natural e também pode haver matérias-primas proibidas, como: corantes sintéticos, fragrâncias sintéticas, polietilenoglicóis (PEGs), quaternários de amônio, silicones, conservantes sintéticos, dietanolamidas, derivados de petróleo, entre outros.
Todo cosmético natural é necessariamente orgânico? Não, nem sempre. Natural sempre é vegano? Também não, temos ingredientes naturais de extração animal.
+ Glossário da pele: um dicionário para descomplicar
Cosméticos veganos
Um cosmético vegano se refere à isenção de matérias-primas de origem animal na fórmula e na fabricação, garantindo um produto final completamente isento de exploração animal. O que acontece inclusive na fase pós-produção, nos testes de eficácia e de segurança do produto. Portanto, um cosmético vegano, precisa de antemão ser cruelty-free, sem testes em animais.
Porém, vale ressaltar que o contrário não é verdade. Cosméticos cruelty-free são aqueles em que não houve testes com animais durante sua fase de pesquisa e produção. Apesar de todo produto vegano ser cruelty-free, o contrário não é verdadeiro, pois pode haver matéria-prima de origem animal em sua composição.
+ Como funcionam os testes em animais no Brasil e o que pode mudar
Procure os símbolos do PeTa, Vegan Society ou Vegan Action, mas também vale ler os ingredientes.
Cosméticos biodinâmicos
Eles são uma categoria superior aos orgânicos, pois, além de não contarem com o uso de agrotóxicos, por exemplo, o ciclo natural da planta é respeitado.
São levados em conta as fases da lua, estações do ano e vários outros fatores que influenciam no cultivo. A biodinâmica é tem base na antroposofia, idealizada por Rudolf Steiner.
+ As 3 etapas essenciais de uma rotina de skincare
DEMETER é a marca/selo que identifica, mundialmente, os produtos biodinâmicos.
Mas, Sallve, e clean beauty, hein?
Ainda não há uma definição universal e singular para o termo, mas entender o que significa não é tão difícil assim. Ser clean beauty não significa necessariamente só usar produtos de origem natural, por exemplo. Nem tudo o que é natural é seguro para a sua pele.
+ Por que fazer check-ups de pele
O foco do movimento é usar ingredientes considerados não-tóxicos (mesmo que seja só uma suspeita!) e comprovadamente seguros. Ativos naturais podem sair na frente nesse quesito, mas ingredientes feitos em laboratório também entram na lista.
Em geral, marcas que se dizem "clean" evitam o uso de parabenos, sulfatos, silicones, ftalatos e fragrâncias sintéticas, entre outros.
A Sallve é o que?
A Sallve é vegana e cruelty free. Não é natural? Não, apesar de usarmos diversos ingredientes naturais e derivados naturais.
Nosso compromisso é entregar fórmulas veganas, cruelty free, seguras e extremamente eficazes, com muita ciência e tecnologia envolvida, sem descuidar da sustentabilidade.
Artigos e referências usados para esse texto
Diferenças entre cosméticos orgânicos e naturais: literatura esclarecedora para prescritores